10 Dicas de como evitar desidratação

A desidratação caracteriza-se pela perda excessiva de líquidos, comprometendo o equilíbrio hídrico, que é essencial para o bom funcionamento do organismo.
Mesmo em graus leves, a desidratação pode afetar o desempenho físico, a concentração e o humor, enquanto perdas mais severas oferecem riscos significativos à saúde - como queda de pressão, confusão mental e até complicações renais.
Por isso, manter-se bem hidratado é fundamental e possível por meio de cuidados simples do dia a dia, como beber líquidos em quantidade suficiente, reconhecer sinais de alerta e repor eletrólitos sempre que necessário. Descubra como evitar desidratação no texto a seguir.
Sintomas de desidratação
Os sintomas de desidratação variam de acordo com a gravidade da perda de líquidos e a rapidez com que ela ocorre. É fundamental ficar atento aos seguintes alertas para saber como evitar desidratação:
Sintomas leves a moderados:
- Sede aumentada;
- Boca e lábios secos;
- Urina escura, amarelada e em menor volume;
- Cansaço;
- Fraqueza;
- Dor de cabeça;
- Tontura leve;
- Dificuldade de concentração.
Sintomas graves:
- Confusão mental;
- Sonolência;
- Pressão arterial baixa;
- Taquicardia (batimentos acelerados);
- Olhos fundos;
- Mãos e pés frios;
- Desmaio;
- Ausência de suor, mesmo em um clima quente.
Os sintomas graves podem ser um indicativo de perda significativa de água, comprometendo funções básicas do corpo e colocando a saúde em risco, por isso, caso os identifique, é importante procurar um pronto atendimento o mais breve possível.
10 Dicas de como evitar desidratação
Confira abaixo 10 dicas sobre o que fazer para evitar desidratação:
1. Beber água ao longo do dia, mesmo sem sentir sede
A sede nem sempre é um sinal confiável de que é preciso se hidratar. Na verdade, ela geralmente é um alerta de desidratação, ou seja, aparece quando o corpo já perdeu uma quantidade significativa de água.
Por isso, o ideal é manter uma hidratação regular ao longo do dia, principalmente em dias quentes ou em ambientes secos. A recomendação geral é consumir entre 30 a 35 mL de água por quilo de peso corporal por dia, ou em torno de 2 a 3 litros ao dia.
2. Consumir alimentos ricos em água
Parte da ingestão de água pode vir da alimentação. Algumas frutas - como melancia, laranja, morango e melão - e vegetais - como pepino, alface, tomate e abobrinha - são ricos em água e ajudam a manter o corpo hidratado.
3. Observar a cor da urina
Observar a cor da urina ao longo do dia é uma maneira simples e eficaz de monitorar a ingestão de água ao longo do dia. A urina clara geralmente indica boa hidratação, enquanto a urina escura é um sinal de que a ingestão é insuficiente e o corpo precisa de mais água.
4. Evitar longos períodos sem ingerir água
A maneira ideal de consumir água não é atingir a ingestão recomendada de uma vez só, mas fracioná-la ao longo do dia.
Estudos ressaltam que, mesmo em repouso, há perdas que passam despercebidas (como do suor e respiração), justificando a necessidade de hidratar-se bem ao longo do dia, mesmo no inverno.
5. Manter a hidratação antes, durante e após a prática de exercício físico
A prática esportiva aumenta significativamente a perda de água e de eletrólitos (minerais como sódio, potássio, magnésio e cloreto) através do suor. Por isso, o ideal é começar o treino já hidratado e ajustar a reposição conforme sua intensidade e duração. Este cuidado também é determinante para o desempenho esportivo e prevenção de fadiga.
6. Aumentar a ingestão de água em casos de febre, vômitos ou diarreia
Essas condições intensificam a perda de água e exigem hidratação redobrada para evitar quadros mais graves de desidratação.
7. Controlar o consumo de bebidas diuréticas
Café, álcool e alguns chás (como chá verde, cavalinha e dente-de-leão) apresentam potencial diurético, ou seja, seu consumo exagerado (acima de 4 canecas ao dia) pode aumentar a perda de água na urina, favorecendo a desidratação.
8. Repor eletrólitos em situações de maior perda hídrica
Os eletrólitos são minerais - como sódio, potássio e magnésio - que desempenham um papel essencial na hidratação, contração muscular e funcionamento nervoso. Eles são eliminados pelo suor durante práticas esportivas e, por isso, a reposição por meio da suplementação pode ser necessária para manter o equilíbrio no organismo e evitar sintomas como câimbras, fraqueza, tontura e dor de cabeça.
9. Prestar atenção na hidratação de idosos e crianças
Esses grupos de risco tendem a apresentar menor percepção de sede e maior dependência de terceiros para acesso à água. Por isso, apresentam maior risco de desidratação e devem ser monitorados e/ou estimulados a manter hidratação adequada.
10. Estabelecer uma rotina de hidratação
Ter uma garrafa de água sempre por perto, utilizar o despertador, aplicativos de monitoramento ou estabelecer horários fixos para consumir água pode ajudar a criar o hábito para quem tem dificuldade de se manter hidratado ao longo do dia.
Bebidas que ajudam na hidratação
Embora a água pura seja a principal bebida para evitar desidratação, existem outras aliadas que podem contribuir significativamente para manter o equilíbrio hídrico do corpo, tais como:
- Água de coco: naturalmente rica em eletrólitos como potássio e sódio, é uma excelente alternativa para a hidratação;
- Bebidas com eletrólitos e isotônicos: aquelas que contém sódio, potássio, cloreto e carboidrato podem ser recomendadas em situações de desidratação moderada a grave, como durante treinos intensos ou episódios de vômitos e diarreia;
- Chás claros: como de camomila ou erva-doce, podem contribuir para a ingestão de água, desde que não contenham cafeína;
- Suco natural de limão, morango, melancia e melão: podem ajudar na hidratação, principalmente quando consumidos sem adição de açúcar.
Como é o diagnóstico e tratamento?
Não existe um único exame para identificar a desidratação, mas uma combinação de sinais clínicos, histórico e exames laboratoriais, que devem ser analisados pelo médico para estabelecer o diagnóstico de desidratação. Os principais aspectos do diagnóstico incluem:
- Avaliação da cor e frequência urinária;
- Monitoramento de sinais físicos: boca e lábios muito secos, pele menos elástica e olhos fundos;
- Queda da pressão arterial;
- Análise de exames laboratoriais, como osmolalidade plasmática, níveis de sódio no sangue, creatinina, ureia e hematócrito.
O tratamento para desidratação irá depender da gravidade do quadro.
Em casos leves a moderados, o tratamento inclui a ingestão de água, sucos, soluções com eletrólitos ou soro caseiro - conhecido popularmente como soro para evitar desidratação - além de ajustes na dieta para aumentar o consumo de alimentos ricos em água, com frutas e vegetais. Após, é feito o monitoramento por meio da urina, pressão e sintomas.
Já em casos mais graves ou aqueles em que o indivíduo apresenta perda de consciência, o médico pode prescrever a reidratação intravenosa (na veia) com soluções isotônicas (ex.: soro fisiológico) e correção de desequilíbrios eletrolíticos (com infusão de sódio, potássio e magnésio).
Nestes casos, o atendimento se dá em ambiente hospitalar e há monitoramento rigoroso da função renal e sinais vitais até resolução do quadro.
Quando procurar um médico?
A maioria dos casos de desidratação pode ser revertida com medidas simples de ingestão de água. Contudo, há casos que exigem avaliação médica imediata - principalmente se tratando de crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
É fundamental procurar atendimento médico se apresentar:
- Confusão mental, sonolência excessiva ou dificuldade para se manter acordado;
- Queda de pressão ao levantar ou desmaios;
- Batimentos cardíacos acelerados (taquicardia) mesmo em repouso;
- Ausência de urina por mais de 8 horas ou urina escura e com odor forte;
- Vômitos persistentes ou diarreia intensa;
- Febre alta associada à recusa de líquidos.
Agora que já se sabe como evitar desidratação, vale colocar as dicas em prática no dia a dia e ficar atento aos sinais do corpo.
Seja com o consumo regular de água, com eletrólitos em uma bebida para evitar desidratação ou até mesmo com o uso de soro em situações específicas, o importante é garantir o equilíbrio hídrico e proteger a saúde.
Referências
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