Probióticos: o que são, para que servem e onde encontrá-los

Probióticos são aliados importantes da saúde intestinal e geral. Suas principais funções são contribuir com o equilíbrio da microbiota - o conjunto de microrganismos que vivem no intestino e exercem papéis essenciais, ajudando na digestão, na imunidade e, até, na saúde mental.
Neste guia, entenda o que são os probióticos, para que servem, quais os melhores alimentos que estão presentes, quando considerar a suplementação e muito mais.
O que é probiótico e para que serve?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), probióticos são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde.
Eles atuam principalmente no intestino, favorecendo o crescimento das bactérias benéficas e limitando a ação das bactérias nocivas, o que ajuda a manter o bom funcionamento do organismo.
Os probióticos podem estar presentes em alimentos fermentados ou em suplementos específicos, recomendados em situações, como uso de antibióticos, alterações intestinais e baixa imunidade.
O principal papel dos probióticos é restaurar e manter o equilíbrio da microbiota intestinal. Isso ajuda a melhorar a digestão, reduzir inflamações, fortalecer o sistema imunológico, contribuir para o bem-estar geral e auxiliar na absorção de nutrientes, por exemplo.
10 benefícios dos probióticos
Confira os principais benefícios dos probióticos:
- equilíbrio da microbiota intestinal: probióticos para o intestino reforçam a presença de bactérias benéficas, contribuindo para a saúde digestiva;
- prevenção de diarreia: auxiliam no tratamento e na prevenção de episódios causados por infecções ou uso de antibióticos, por exemplo;
- redução da obstipação: estimulam o trânsito intestinal e facilitam a evacuação;
- alívio de sintomas intestinais: ajudam a reduzir desconfortos em problemas intestinais inflamatórios, como síndrome do intestino irritável e colite, por exemplo;
- apoio à saúde mental: atuam no eixo intestino-cérebro, com impacto positivo em sintomas de ansiedade, estresse e depressão;
- aumento da imunidade: estimulam as células de defesa, fortalecendo o sistema imunológico;
- melhora na absorção de nutrientes: favorecem a digestão de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais;
- prevenção de infecções vaginais e urinárias: contribuem para o equilíbrio da flora vaginal e urinária, reduzindo infecções como a cistite;
- redução do risco de dermatite atópica: estudos apontam efeito preventivo, especialmente em crianças, embora não hajam recomendações específicas ainda;
- diminuição da incidência de doenças alérgicas: pesquisas associam o uso de probióticos à redução de casos de eczema, além de haver evidências que apontam seus benefícios no controle da rinite alérgica;
- auxílio no controle metabólico: estudos clínicos indicam benefícios no tratamento da obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e doença hepática gordurosa não alcoólica com o uso de probióticos *
Alimentos probióticos naturais
Diversos alimentos contêm microrganismos vivos com ação probiótica. Entre eles:
- iogurte natural fermentado: rico em lactobacilos vivos;
- kefir: bebida fermentada à base de leite ou água, com uma grande variedade de leveduras e bactérias probióticas;
- kombucha: chá fermentado com leveduras e bactérias;
- chucrute: repolho fermentado naturalmente, rico em bactérias lácticas;
- missô e natto: derivados fermentados da soja;
- picles fermentado naturalmente: legumes conservados em salmoura que passam por fermentação espontânea, desenvolvendo bactérias probióticas;
- tempeh: alimento fermentado de origem indonésia, feito a partir de grãos de soja, com alto teor de proteínas e microrganismos benéficos;
- coalhada e leite fermentado: alternativas práticas com culturas vivas, encontradas facilmente em mercados.
Para obter os benefícios, o ideal é incluir alimentos probióticos com frequência na alimentação.
Qual o melhor probiótico?
Não existe um único “melhor probiótico”. A escolha depende da finalidade do uso. Veja alguns exemplos:
- Lactobacillus acidophilus: auxilia na digestão da lactose e na saúde intestinal;
- Lactobacillus casei: contribui para o equilíbrio da microbiota e melhora da digestão;
- Lactobacillus reuteri: favorece um ambiente intestinal saudável por meio da produção de ácido lático;
- Lactobacillus paracasei: conhecido como probiótico para emagrecimento, há relatos de que reduz o apetite e controla a ingestão calórica;
- Lactobacillus rhamnosus: fortalece a imunidade e pode ajudar na prevenção de infecções urinárias
- Bifidobacterium bifidum: auxilia na redução de episódios de diarreia;
- Bifidobacterium infantis: útil no alívio de sintomas da síndrome do intestino irritável;
- Bifidobacterium animalis: ajuda a aliviar a constipação e pode melhorar a sensibilidade à insulina;
- Bifidobacterium longum: pode contribuir para a redução de sintomas de ansiedade;
- Saccharomyces boulardii: levedura probiótica eficaz no tratamento de diarreias e proteção do trato gastrointestinal;
- Streptococcus thermophilus: utilizada na produção de iogurtes, auxilia na digestão da lactose;
- Enterococcus faecium: presente em alguns suplementos, ajuda na saúde intestinal;
- Propionibacterium: gênero bacteriano com potencial probiótico, utilizado em alguns alimentos fermentados.
A combinação de várias cepas em um mesmo suplemento pode trazer resultados mais amplos. A recomendação deve ser individualizada.
Quando tomar suplementação?
O uso de suplemento probiótico é indicado em casos como:
- após uso de antibióticos;
- em quadros de diarreia ou constipação frequente;
- para fortalecer o sistema imunológico;
- quando a alimentação não oferece fontes naturais suficientes;
- em casos de disbiose intestinal diagnosticada.
O ideal é seguir a orientação de um profissional de saúde para escolher a cepa e a dosagem correta.
Como tomar probióticos?
Para garantir a eficácia dos probióticos, deve-se observar os seguintes pontos:
- ingerir com ou logo após uma refeição leve;
- evitar o consumo junto a bebidas quentes ou álcool;
- não tomar junto a antibióticos (dar intervalo de, pelo menos, 2 horas);
- seguir a dose recomendada na embalagem ou por orientação profissional.
O ideal é seguir a orientação de um profissional de saúde para escolher a cepa e a dosagem correta.
Diferença entre prebiótico e probiótico
Embora relacionados, prebióticos e probióticos são diferentes:
- probióticos: microrganismos vivos que habitam o intestino e oferecem benefícios à saúde;
- prebióticos: fibras alimentares que servem de alimento para os probióticos, estimulando seu crescimento e atividade.
Exemplos de prebióticos: banana verde, aveia, alho, cebola, alcachofra e biomassa de banana verde.
A combinação dos dois é chamada de simbiótico.
Efeitos colaterais
Os probióticos são geralmente seguros. No entanto, podem causar efeitos, como:
- gases;
- distensão abdominal;
- leve desconforto gastrointestinal, principalmente nos primeiros dias.
Quem não deve tomar probióticos?
Apesar de serem seguros para a maioria das pessoas, nem todos devem tomar probióticos sem orientação. É essencial consultar um profissional de saúde antes de iniciar a suplementação, especialmente nos seguintes casos:
- pessoas imunossuprimidas;
- pacientes internados em UTI;
- indivíduos com histórico de infecções oportunistas;
- lactentes e crianças pequenas sem recomendação médica.
Nessas situações, o uso deve ser avaliado individualmente para evitar riscos.