Atualizado em 09 de Janeiro de 2025
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Intolerância à frutose: causas, sintomas e como tratar


Você já sentiu desconfortos após consumir frutas ou alimentos doces e não sabe o motivo? A intolerância à frutose pode ser a causa desse mal-estar. Essa condição, que afeta muitas pessoas, pode causar uma série de sintomas, como inchaço, cólica intestinal e até alterações no peso.
Neste artigo, vamos explorar as causas da intolerância à frutose, como identificar os sinais dessa condição, e como ajustar sua dieta para melhorar o bem-estar.
Se você suspeita que possa ter intolerância à frutose, continue lendo para descobrir como fazer o diagnóstico e encontrar os melhores tratamentos.
O que é intolerância à frutose?
A intolerância à frutose é uma condição em que o corpo tem dificuldade em processar a frutose, um tipo de açúcar encontrado em muitas frutas, vegetais e alimentos processados. Existem dois tipos principais de intolerância à frutose:
1. Intolerância hereditária à frutose
Esta é uma condição rara e genética, também chamada de deficiência de aldolase B. Ela ocorre quando o corpo não consegue metabolizar a frutose devido à ausência ou funcionamento inadequado de uma enzima responsável por quebrá-la.
2. Má absorção de frutose
Ao contrário da forma hereditária, a má absorção de frutose ocorre quando o intestino não consegue absorver adequadamente a frutose, o que leva ao seu acúmulo no trato digestivo. Isso pode causar sintomas como inchaço, gases, cólicas e diarreia.
É mais comum e menos grave do que a intolerância hereditária, mas ainda assim pode afetar a qualidade de vida.
Ambos os tipos de intolerância à frutose resultam em dificuldades digestivas e exigem cuidados com a alimentação, embora suas causas e gravidade sejam diferentes.
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Causas
A intolerância à frutose pode ter causas tanto genéticas quanto ambientais, e entender esses fatores é fundamental para o diagnóstico e o tratamento adequado.
Causa genética
A intolerância hereditária à frutose é causada por uma mutação genética que afeta a produção de uma enzima chamada aldolase B, responsável por metabolizar a frutose no fígado.
Essa condição é transmitida geneticamente por um distúrbio autossômico recessivo, ou seja, uma pessoa precisa herdar o gene defeituoso de ambos os pais para desenvolvê-la.
Fatores ambientais
A má absorção de frutose, que é mais comum, não é genética, mas está relacionada a fatores ambientais e alimentares.
A ingestão excessiva de alimentos ricos em frutose, como frutas, sucos e alimentos processados com adoçantes à base de frutose, pode sobrecarregar o sistema digestivo, especialmente em pessoas que têm uma capacidade reduzida de absorver esse açúcar no intestino.
O estresse intestinal, desequilíbrios na microbiota intestinal e problemas digestivos como a síndrome do intestino irritável (SII) também podem aumentar a probabilidade de desenvolver a má absorção de frutose.
Essas causas contribuem para o desenvolvimento da intolerância à frutose, e os sintomas podem variar dependendo da gravidade da condição e dos fatores que a desencadeiam.
Sintomas
Os sintomas da intolerância à frutose podem variar dependendo da gravidade da condição e do tipo de intolerância, mas, em geral, eles estão relacionados ao sistema digestivo. Alguns dos principais sintomas incluem:
- inchaço abdominal: a frutose não digerida no intestino pode fermentar, causando um acúmulo de gases e resultando em inchaço, desconforto e sensação de estufamento;
- cólicas e dores abdominais: a presença de frutose não absorvida pode irritar o trato gastrointestinal, levando a cólicas e dores abdominais, que podem ser intensas após a ingestão de alimentos ricos em frutose;
- gases excessivos: a fermentação da frutose não absorvida pelas bactérias intestinais pode causar excesso de gases, o que leva a flatulência;
- diarreia ou constipação: a frutose não absorvida pode alterar o equilíbrio do intestino, causando episódios de diarreia ou constipação, dependendo da resposta individual do corpo;
- náuseas: algumas pessoas podem sentir náuseas após consumir alimentos que contêm frutose, especialmente em grandes quantidades;
- fadiga e mal-estar: em casos mais graves, especialmente na intolerância hereditária à frutose, os sintomas podem se estender para o cansaço excessivo, falta de apetite e até complicações no fígado, levando a uma sensação geral de mal-estar.
Como diagnosticar a intolerância à frutose?
O diagnóstico da intolerância à frutose envolve uma combinação de avaliação clínica, exames e, em alguns casos, testes genéticos.
Inicialmente, o médico analisa os sintomas relatados, como inchaço, cólicas e diarreia. Para confirmar a má absorção de frutose, o teste de intolerância à frutose mais comum é o de hidrogênio na expiração, que mede a quantidade de hidrogênio no ar exalado após a ingestão de frutose.
Se a intolerância hereditária à frutose for suspeita, é possível realizar o teste genético, que identifica mutações no gene responsável pela produção da enzima aldolase B, fundamental para o metabolismo da frutose.
Em alguns casos, exames de função hepática também podem ser realizados para avaliar possíveis danos ao fígado, especialmente quando a intolerância é grave. Esses testes ajudam a confirmar a condição e guiar o tratamento adequado.
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Alimentos que devem ser evitados
Quem tem intolerância à frutose deve ficar atento à ingestão de alimentos que contêm esse açúcar, seja em forma natural ou adicionada. Abaixo estão os principais grupos de alimentos que devem ser evitados ou consumidos com cautela:
- frutas ricas em frutose: algumas frutas contêm uma quantidade elevada de frutose e devem ser evitadas, como maçã, pêra, uva, manga, cereja e melancia;
- alimentos processados com frutose: muitos produtos industrializados contêm xarope de milho rico em frutose ou adoçantes à base de frutose. Isso inclui refrigerantes, sucos industrializados, barras de cereais, guloseimas e doces;
- vegetais com alto teor de frutose: alguns vegetais, embora mais baixos em frutose, ainda podem causar desconforto se consumidos em grandes quantidades, como aspargo, cogumelos e alho;
- produtos lácteos com adição de frutose: muitos iogurtes e outros produtos lácteos podem ter adoçantes com alto teor de frutose, por isso é importante verificar os rótulos;
- grãos e legumes com alto conteúdo de frutose: alguns grãos e legumes, como o milho, feijão e lentilhas, podem causar dificuldades para pessoas com má absorção de frutose, devido à fermentação no intestino.
Evitar esses alimentos e optar por opções com baixo teor de frutose pode ajudar a controlar os sintomas e melhorar o bem-estar. Vale lembrar que a intolerância à frutose varia de pessoa para pessoa, e é essencial ajustar a dieta conforme as orientações médicas.
Cardápio de dieta para intolerância à frutose
Aqui está um modelo de cardápio para intolerância à frutose, com as opções de refeições adaptadas para quem precisa seguir uma dieta para intolerância à frutose.
Refeição | Opções | |
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Café da manhã |
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Lanche da manhã |
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Almoço |
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Lanche da tarde |
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Jantar |
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Ceia |
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Este cardápio para intolerância à frutose inclui alimentos com baixo teor de frutose, adequados para quem tem má absorção ou intolerância hereditária à frutose. Lembre-se de adaptar as porções e escolher alimentos frescos e sem aditivos que possam conter frutose oculta.
Consultar um nutricionista para personalizar a dieta para intolerância à frutose é sempre recomendável.
Tratamento para intolerância à frutose
O tratamento para intolerância à frutose, seja no caso da má absorção de frutose ou da intolerância hereditária à frutose, envolve principalmente a adaptação alimentar, pois não existe cura definitiva para essa condição.
Abaixo estão as principais abordagens para o tratamento:
1. Mudanças na dieta
O tratamento mais eficaz é seguir uma dieta com restrição ou eliminação de alimentos ricos em frutose. Isso inclui evitar frutas e vegetais com alto teor de frutose, produtos industrializados com adoçantes à base de frutose, e certos grãos e legumes.
2. Suplementos alimentares
Em alguns casos, suplementos podem ser indicados para melhorar a digestão e reduzir os sintomas. O magnésio, segundo estudos, pode ser útil para aliviar cólicas e distúrbios intestinais, enquanto o psyllium, de acordo com pesquisas, é uma fibra que ajuda a regular o funcionamento intestinal, especialmente em casos de constipação.
O complexo B, que inclui vitaminas essenciais para o metabolismo, também pode ser recomendado, já que pesquisas apontam que seu papel é fundamental para a saúde intestinal.
3. Monitoramento médico
Para a intolerância hereditária à frutose, o tratamento envolve o monitoramento contínuo da dieta ao longo da vida para evitar complicações, como danos ao fígado e ao sistema nervoso. Exames regulares de função hepática e outros testes podem ser necessários para acompanhar a condição.
Em geral, o tratamento para intolerância à frutose é focado em reduzir os sintomas, melhorar a qualidade de vida e evitar complicações, por meio de ajustes dietéticos e, quando necessário, o uso de suplementos alimentares.
Se você está se perguntando como saber se tem intolerância à frutose, é fundamental consultar um profissional de saúde para uma avaliação adequada, que pode incluir exames clínicos e testes específicos, garantindo um diagnóstico preciso e orientações para o tratamento!
Referências
- Frontiers | Effects of probiotic and magnesium co-supplementation on mood, cognition, intestinal barrier function and inflammation in individuals with obesity and depressed mood: A randomized, double-blind placebo-controlled clinical trial
- The Effect of Psyllium Husk on Intestinal Microbiota in Constipated Patients and Healthy Controls - PubMed
- SciELO Brasil - Fibra alimentar: ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo Fibra alimentar: ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo
- B Vitamins and Their Roles in Gut Health - PMC
- Functional Roles of B-Vitamins in the Gut and Gut Microbiome - PubMed
Texto escrito por Thais Montin:
Jornalista formada pela Unisinos e estudante de psicologia na Rogue College. Trabalha com comunicação digital desde 2013, escrevendo sobre saúde, bem-estar, moda e muito mais.
Revisado por Joana Mazzochi:
Formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Criado em 09 de Janeiro de 2025