Inflamação muscular: causas, sintomas e como evitar
Apesar do termo “inflamação muscular” soar como algo negativo, é importante entender que nem sempre isso é de fato ruim. Existem dois tipos de inflamações que acontecem no músculo: uma é a natural, resultante do treinamento físico e do processo de hipertrofia muscular; e a outra é a resposta inflamatória exacerbada e danosa, que gera perda de funcionalidade da fibra muscular.
A segunda forma de inflamação muscular pode resultar em um comprometimento significativo da musculatura e na diminuição da qualidade de vida.
Portanto, é importante compreender o que acarreta esse tipo de inflamação muscular, identificar os sintomas do músculo inflamado e o que fazer a respeito. Aprenda a seguir!
O que é inflamação muscular?
Inflamação é o conceito utilizado para descrever uma série de respostas inflamatórias que englobam vários tecidos e células, sendo desencadeadas em consequência a qualquer ameaça percebida pelo organismo.
Em outras palavras, a inflamação ocorre quando o corpo identifica uma agressão à sua saúde e responde por meio de diversos mecanismos imunológicos.
No contexto da inflamação muscular, essa agressão e a consequente resposta inflamatória são manifestadas nas fibras musculares, desencadeando um quadro inflamatório na região. Essa inflamação muscular pode ser considerada normal e até benéfica, contribuindo para a hipertrofia, ou pode ser prejudicial, levando à perda de funcionalidade muscular.
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Inflamação muscular e exercício físico
O exercício físico é o principal agente que leva à inflamação muscular. Quando bem executado, ele levará ao processo de crescimento e fortalecimento do músculo, porém, quando feito de forma errada, pode desencadear um processo inflamatório danoso.
A inflamação muscular natural é aquela que resulta do treinamento de força, como na musculação, em que as fibras musculares são estimuladas por meio do levantamento de peso e progressão de carga. Esse estímulo cria microlesões na estrutura dessas fibras, e o organismo interpreta isso como uma agressão, desencadeando o processo de inflamação muscular.
A inflamação irá ativar os sistemas imunológico e endócrino, proporcionando respostas que auxiliam na reparação do dano muscular, como a construção e fortalecimento das fibras, resultando na regeneração causada pelos danos musculares e na promoção da hipertrofia.
Portanto, para que o ganho de massa muscular ocorra, a inflamação muscular é um processo necessário. Além disso, o treinamento muscular contribui para aumentar a quantidade de fibras musculares, reduzindo a incidência de lesões e futuras inflamações.
No entanto, essa inflamação também está associada ao estresse oxidativo e, quando excessivamente estimulada devido ao excesso de carga no músculo (decorrente do treinamento excessivo, tempo prolongado de treino, falta de descanso adequado e uso de carga acima do recomendado), pode resultar em um tipo de inflamação prejudicial à saúde.
Sintomas da inflamação muscular
Os principais sintomas que aparecem no músculo inflamado, são:
- desconforto e dor muscular;
- sensibilidade;
- movimento limitado;
- inchaço;
- vermelhidão;
- fraqueza;
- aumento da temperatura local;
Os sintomas da inflamação muscular podem variar em intensidade e duração, dependendo da causa e da cronicidade do dano. Se os sintomas persistirem ou piorarem, é aconselhável procurar orientação médica para o correto diagnóstico e tratamento adequado.
Causas da inflamação muscular
A inflamação muscular por excesso de treino (overtraining) é uma das causas mais comuns de lesões importantes na musculatura. O treinamento físico, seja resistido (como levantamento de peso), seja aeróbico (como corrida), precisa respeitar os limites e o descanso de cada indivíduo.
Ultrapassar os limites de carga, intensidade e tempo de atividade, pode desencadear uma cascata de efeitos negativos, como catabolismo muscular, estresse oxidativo e excesso de inflamação muscular. Ademais, o overtraining pode levar o atleta ao cansaço durante a atividade, abrindo uma janela de oportunidade maior para lesões.
Por estar constantemente estimulando a inflamação muscular, além de lesões, o overtraining provoca uma importante queda imunológica e abre brecha para infecções virais e bacterianas.
As lesões musculares que provocam inflamação, também podem ocorrer por outros motivos, como Lesão por Esforço Repetido (LER) e acidentes.
Mesmo sendo menos frequente, a inflamação muscular também pode ser desencadeada através de um quadro de infecção por bactérias, vírus ou outros agentes patogênicos que invadem o tecido muscular. As infecções bacterianas são o tipo mais comum, onde a bactéria entra em contato com o tecido muscular por meio de feridas e cortes, levando à infecção do local.
Ainda existem algumas doenças sistêmicas que causam infecção muscular, como é o caso da Fasciíte Necrosante, uma grave condição que pode levar ao comprometimento muscular sistêmico.
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Como evitar a inflamação muscular excessiva?
Algumas dicas são valiosas para evitar a inflamação muscular danosa. Confira abaixo:
Alimentação saudável e equilibrada
Manter uma dieta saudável é uma maneira eficaz de equilibrar a inflamação muscular induzida pelo organismo. Isso ocorre ao fornecer nutrientes essenciais para minimizar danos e facilitar a construção da musculatura.
Ao garantir uma ingestão apropriada de nutrientes, como proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais, é possível modular a resposta do corpo, contribuindo para a redução do processo inflamatório muscular.
Além disso, é recomendável incluir na dieta compostos anti-inflamatórios, como aqueles presentes em especiarias, vegetais, frutas e cereais, os quais têm a capacidade de combater a inflamação muscular. Esses compostos também podem ser incorporados como suplementos, como é o caso do ômega 3 e da cúrcuma.
Outro suplemento relevante que pode ajudar a prevenir a inflamação muscular excessiva é a creatina. A creatina aumenta a energia intramuscular, ampliando a capacidade de contração das fibras musculares e melhorando a resposta ao estímulo da hipertrofia. Dessa forma, ela desempenha um papel crucial na reparação muscular diante do processo inflamatório, segundo pesquisas * * *.
Tempo de descanso
O descanso também é um fator importante a ser respeitado. É nele que o músculo repara os danos causados pela inflamação muscular gerada a partir do treino. Se ele não for dado da maneira adequada, o músculo não terá tempo para se recuperar do processo inflamatório, o que prolongará seus efeitos, podendo ser prejudicial ao organismo.
Orientação e acompanhamento de um educador físico
A melhor forma de prevenir lesões e obter resultados através do treinamento físico, sem o comprometimento da inflamação muscular, é por meio do auxílio profissional. O educador físico é quem irá montar os treinos, com a devida carga e tempo de descanso necessário. Ele ainda criará estratégias para distribuir os dias de treino de cada grupo muscular, evitando a sobrecarga que poderá levar à inflamação muscular excessiva.
O profissional ainda irá auxiliar com a progressão de cargas e intensidade, conforme a evolução do aluno, além de poder prestar assistência no momento da prática, para que a execução seja bem feita e não provoque lesões.
Diagnóstico de inflamação muscular
A forma mais comum de diagnosticar o paciente com inflamação muscular é por meio do exame físico. Ao apalpar a região da inflamação, o médico poderá notar sinais e sintomas como inchaço, vermelhidão, dor e comprometimento motor.
Exames de imagem e sangue também podem detectar lesão e inflamação muscular. Um exame comumente coletado para saber o nível de inflamação do músculo é o CPK (creatinofosfoquinase) - uma enzima expressa pelo fígado.
O aumento da enzima CPK demonstra inflamação muscular, o qual pode ser brando, indicando a realização de atividade física - nesse caso está dentro do esperado. Mas, também pode ser um aumento anormal e crônico, demonstrando uma inflamação maléfica, que pode gerar danos renais e sistêmicos.
O diagnóstico de inflamação muscular deve ser feito por um médico, assim como a sugestão do tratamento adequado para cada caso.
Tratamento
Quando ocorre uma inflamação muscular, existem diversas possibilidades de tratamento que irão atuar na recuperação das fibras musculares.
Em primeiro lugar, é importante garantir o descanso adequado, permitindo que o organismo inicie o processo de reparo muscular de maneira eficaz. Esse período de descanso também pode ser associado à fisioterapia, massagem e alongamento, para aliviar os sintomas causados pela inflamação muscular.
Outra abordagem para mitigar os sintomas envolve o uso de medicamentos anti-inflamatórios, que desempenham um papel crucial na dor e inflamação, acelerando a recuperação muscular. Além dos fármacos, a incorporação de compostos anti-inflamatórios naturais, como cúrcuma, ômega 3 e coenzima Q10, podem ser importantes para refinar o tratamento da inflamação muscular, assim como apontam estudos * *.
Compreendendo e respeitando os sinais do corpo, é possível apoiar eficazmente o processo de cura, promovendo uma recuperação mais rápida e eficiente. Não deixe de buscar bons profissionais da saúde para isso.
Referências
- GUALANO, Bruno et al. Efeitos da suplementação de creatina sobre força e hipertrofia muscular: atualizações. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 16, p. 219-223, 2010.
- FERREIRA, Alex Bisotto et al. Quais os suplementos alimentares mais utilizados. Cinergis, v. 17, n. 1, p. 85-90, 2016.
- ALVES, Adriano Lima. Comportamento da enzima creatina quinase sanguínea em jogadores de futebol de elite durante o campeonato brasileiro. 2012.
- Calder PC. Omega-3 fatty acids and inflammatory processes: from molecules to man. Biochem Soc Trans. 2017 Oct 15;45(5):1105-1115. doi: 10.1042/BST20160474. Epub 2017 Sep 12. PMID: 28900017.
- Menon VP, Sudheer AR. Antioxidant and anti-inflammatory properties of curcumin. Adv Exp Med Biol. 2007;595:105-25. doi: 10.1007/978-0-387-46401-5_3. PMID: 17569207.
- Sangouni AA, Taghdir M, Mirahmadi J, Sepandi M, Parastouei K. Effects of curcumin and/or coenzyme Q10 supplementation on metabolic control in subjects with metabolic syndrome: a randomized clinical trial. Nutr J. 2022 Oct 3;21(1):62. doi: 10.1186/s12937-022-00816-7. PMID: 36192751; PMCID: PMC9528102.
Texto escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Texto revisado por Rafaela Fürst Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.