Atualizado em 14 de Março de 2025
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Hiporexia: o que é, causas, sintomas e tratamento

Você já ouviu falar em hiporexia? Esse distúrbio alimentar, que muitas vezes passa despercebido, pode afetar pessoas de diferentes idades, especialmente os idosos, e está relacionado a uma diminuição significativa do apetite.
Embora compartilhem semelhanças, anorexia e hiporexia possuem diferentes características e causas, que podem ser tanto psicológicas quanto físicas.
Neste artigo, vamos explorar o que é a hiporexia, suas principais causas, sintomas e como ela pode ser tratada, ajudando você a compreender melhor esse problema e suas implicações para a saúde. Acompanhe e descubra mais!
O que é hiporexia?
A hiporexia é um distúrbio alimentar caracterizado pela diminuição ou falta de apetite, o que pode levar a uma ingestão insuficiente de alimentos.
Quando há uma redução significativa no desejo de se alimentar, o corpo pode não receber os nutrientes necessários para o funcionamento adequado, o que pode resultar em perda de peso excessiva, fraqueza e outras complicações.
Embora muitas vezes seja confundida com a anorexia, a hiporexia é diferente, pois pode ser causada por uma série de fatores, como doenças físicas, efeitos colaterais de medicamentos ou até mesmo questões emocionais.
Compreender a hiporexia e suas causas é fundamental para garantir que o tratamento adequado seja feito, ajudando a prevenir efeitos negativos a longo prazo.
Causas
A hiporexia pode ter diversas causas, que vão desde condições físicas até fatores emocionais. Conhecer as origens do distúrbio é essencial para um diagnóstico e tratamento adequados. As principais causas incluem:
1. Doenças físicas
Problemas de saúde como doenças crônicas (ex: câncer, doenças cardíacas e renais), infecções ou distúrbios hormonais podem afetar o apetite, causando a hiporexia. Condições como a síndrome da caquexia, por exemplo, podem levar a uma perda de apetite severa.
2. Efeitos colaterais de medicamentos
Certos medicamentos, como quimioterápicos, analgésicos fortes e antidepressivos, podem interferir no apetite, resultando em hiporexia. Esses efeitos geralmente são temporários, mas podem afetar significativamente a alimentação.
3. Problemas emocionais e psicológicos
Transtornos como a depressão, ansiedade e estresse podem reduzir o desejo de comer. A hiporexia pode ser um sintoma de um problema emocional mais profundo, como um episódio de luto ou uma crise de saúde mental.
4. Envelhecimento
A hiporexia em idosos pode ser mais comum devido a uma diminuição natural no apetite, problemas dentários, dificuldade de mastigar ou engolir alimentos, ou mesmo a falta de estímulo social para as refeições.
5. Distúrbios alimentares
Embora a anorexia seja o distúrbio mais conhecido, a hiporexia também pode ser uma condição associada a outros distúrbios alimentares, resultando em uma alimentação insuficiente, mas sem as restrições extremas da anorexia.
Compreender as causas por trás da hiporexia é fundamental para o tratamento, que deve ser adaptado de acordo com a origem do problema.
Sintomas
A hiporexia pode se manifestar de diversas maneiras, com sintomas que variam em intensidade de acordo com a causa subjacente. Identificar esses sinais precocemente é fundamental para tratar o distúrbio e prevenir complicações.
Os principais sintomas da hiporexia incluem:
Diminuição do apetite
O sintoma mais característico da hiporexia é a falta de interesse por alimentos. A pessoa pode sentir pouca ou nenhuma fome, mesmo após longos períodos sem comer.
Perda de peso não intencional
Com a ingestão reduzida de alimentos, é comum que ocorra uma perda de peso gradual, sem que a pessoa tenha intenção de emagrecer. Essa perda de peso pode ser significativa e causar fraqueza e cansaço excessivo.
Fadiga e cansaço excessivo
A falta de nutrientes essenciais devido à ingestão insuficiente de alimentos pode levar a um quadro constante de cansaço, falta de energia e disposição.
Irritação e mudanças no humor
Problemas emocionais, como estresse, depressão ou ansiedade, podem afetar o apetite e, ao mesmo tempo, causar mudanças de humor, incluindo irritabilidade e desinteresse por atividades cotidianas.
Dificuldade de concentração
A hiporexia pode afetar a função cognitiva devido à falta de energia, resultando em dificuldade de concentração, raciocínio lento e até lapsos de memória.
Problemas digestivos
A diminuição da ingestão alimentar também pode levar a problemas como constipação, devido à falta de fibras na dieta, ou até a sensação de estômago vazio e desconforto.
Enfraquecimento do sistema imunológico
A falta de uma alimentação adequada pode enfraquecer as defesas naturais do corpo, tornando a pessoa mais vulnerável a infecções e doenças.
Estes sintomas podem indicar a presença de hiporexia e devem ser monitorados de perto. Se não tratados, podem levar a complicações sérias, como desnutrição.
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Como tratar a falta de apetite em idosos?
O tratamento da hiporexia, especialmente em idosos, envolve uma combinação de abordagens médicas e mudanças no estilo de vida para estimular o apetite e melhorar o estado nutricional. O tratamento pode ser personalizado dependendo da causa subjacente, mas alguns aspectos são comuns a muitos casos:
1. Avaliação médica e diagnóstico
O primeiro passo é identificar se a hiporexia é causada por uma condição médica, como doenças crônicas, efeitos colaterais de medicamentos ou distúrbios psicológicos. Consultas com médicos especialistas, como nutricionistas ou geriatras, são fundamentais para um diagnóstico preciso.
2. Suplementação nutricional
Em alguns casos, a suplementação de nutrientes, como vitaminas e minerais, pode ser necessária para corrigir deficiências alimentares.
O uso de suplementos de ômega 3 tem mostrado efeitos positivos no aumento do apetite. Um estudo de suplementação com ômega 3 revelou que os ácidos graxos n-3 marinhos podem estimular o apetite em indivíduos saudáveis.
Os resultados sugerem que o ômega 3 pode ser benéfico para pessoas com status nutricional comprometido, como idosos, devido ao seu efeito potencial sobre o apetite.
3. Alterações na dieta
A alimentação deve ser adaptada às preferências e necessidades dos idosos. Alimentos de fácil digestão, ricos em calorias e proteínas, podem ser incorporados para garantir que a ingestão seja suficiente. É importante também oferecer refeições menores, mas mais frequentes, para que a pessoa não se sinta sobrecarregada.
4. Estímulo social e psicológico
O apetite também pode ser influenciado por fatores emocionais. Criar um ambiente agradável durante as refeições e incentivar a socialização pode ajudar a melhorar a ingestão de alimentos. Além disso, se houver um componente psicológico, como depressão ou ansiedade, o tratamento psicológico e a terapia podem ser essenciais.
5. Exercícios físicos leves
Incentivar a prática de atividades físicas leves, como caminhadas, pode ser útil para melhorar o apetite, pois o exercício pode aumentar a produção de hormônios que estimulam o apetite.
O tratamento deve ser individualizado, levando em consideração as necessidades e condições de cada idoso. Um acompanhamento regular é importante para avaliar a eficácia das estratégias e ajustar o tratamento conforme necessário.
Em casos de hiporexia crônica, é fundamental um acompanhamento médico contínuo para tratar as causas subjacentes e prevenir complicações. Com intervenções adequadas, é possível melhorar a qualidade de vida e o estado nutricional, garantindo o bem-estar a longo prazo!
Referências
- Association of anorexia/appetite loss with malnutrition and mortality in older populations: A systematic literature review - PMC
- Fish oil-supplementation increases appetite in healthy adults. A randomized controlled cross-over trial - PubMed
- The effect of omega3 fatty acid supplementation on PPARγ and UCP2 expressions, resting energy expenditure, and appetite in athletes - PMC
- Effects of n-3 polyunsaturated fatty acid supplementation on appetite: a systematic review and meta-analysis of controlled clinical trials | Systematic Reviews | Full Text
Texto escrito por Thais Montin:
Jornalista formada pela Unisinos e estudante de psicologia na Rogue College. Trabalha com comunicação digital desde 2013, escrevendo sobre saúde, bem-estar, moda e muito mais.
Revisado por Joana Mazzochi:
Formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.