Dieta para refluxo: saiba o que comer e o que evitar
O refluxo gastroesofágico é uma condição crônica e quem possui tal condição pode sentir as consequências da má alimentação, estresse e uso de medicamentos - hábitos que induzem e pioram o quadro. Portanto, o primeiro passo após o diagnóstico é compreender o que é bom para refluxo, sintomas e como evitar novos episódios.
Acompanhe abaixo tudo que precisa fazer parte de uma dieta para refluxo, o que é necessário evitar e dicas extras.
O que é refluxo gastroesofágico?
O refluxo gastroesofágico caracteriza-se pela volta de conteúdo estomacal até o esôfago, provocando dores, azia e regurgitação.
Assim que passa pelo esôfago, o alimento, bebida ou medicamento consumido cairá no estômago, onde será digerido e seguirá para o intestino. Ao chegar no estômago, esse conteúdo receberá um líquido ácido chamado de ácido clorídrico (HCl), liberado para atuar na quebra das moléculas em partículas menores.
Em um episódio de refluxo, esse conteúdo estomacal faz o caminho contrário, ao invés de seguir para o intestino, retorna ao esôfago.
Porém, diferente do estômago, que possui um muco para proteger sua parede da ação do ácido clorídrico, o esôfago não tem essa proteção, portanto esse contato da mucosa esofágica com o conteúdo ácido do estômago causa lesões que, se não tratadas, podem favorecer o aparecimento de problemas mais graves, como esofagite, estenose, úlcera e câncer.
As causas que provocam o refluxo são variadas e incluem, na maior parte dos casos, maus hábitos de vida, como má alimentação, estresse e excesso de medicamentos. O refluxo gastroesofágico ainda pode ser provocado por uma má formação do esfíncter esofágico inferior, a válvula que separa o esôfago do estômago para impedir a volta do conteúdo.
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Alimentos recomendados para pessoas com refluxo
Em uma dieta para refluxo, esses alimentos devem ser priorizados:
- preparações cozidas, assadas ou grelhadas;
- preparações sem molho, especialmente quando feitos à base de queijo, manteiga ou outra gordura;
- carnes magras (peito de frango, peixe branco…);
- grãos como arroz, aveia e quinoa;
- batata assada ou cozida;
- leite, queijo e iogurte desnatados ou semidesnatados
- frutas não ácidas (manga, pêra, banana, maçã…);
- temperos naturais;
- vegetais em geral;
- bebidas não gaseificadas, sucos naturais.
Alimentos a evitar em caso de refluxo
Em uma dieta para gastrite e refluxo, esses alimentos devem ser evitados:
- preparações fritas ou com molho feito à base de gordura;
- carnes gordas (coxa e sobrecoxa de frango, picanha, alcatra…);
- leite, queijo e iogurte integral;
- embutidos e demais alimentos ricos em aditivos alimentares;
- fast foods (pizza, hambúrguer, batata frita…);
- doces ricos em açúcar;
- bebidas gaseificadas (refrigerante, água com gás) ou alcoólicas;
- irritantes gástricos (cafeína, chá preto ou verde, mate, pimenta, alimentos muito condimentados);
Cardápio semanal para refluxo gastroesofágico
Dieta para refluxo gastroesofágico - exemplo de um cardápio semanal.
Segunda-feira | Terça-feira | Quarta-feira | Quinta-feira | Sexta-feira | |
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Café da manhã 6h | pão com ovos e queijo branco | tapioca com ovos e orégano | panqueca de banana | pão com queijo branco e geleia sem açúcar | ovos mexidos e mamão com aveia |
Colação 10h | banana | maçã | pêra | melância | manga |
Almoço 12h | salada, arroz, feijão e peito de frango grelhado | salada, batata inglesa e peixe branco cozidos | salada, arroz, lentilha e peito de frango desfiado cozido | salada, quinoa e filé de merluza assado | salada, macarrão com molho de tomate e carne de patinho moída |
Lanche 1 14h30 | panqueca de maçã | iogurte desnatado com aveia e banana | vitamina de mamão com leite desnatado | bolo de banana integral | salada de frutas com iogurte desnatado |
Lanche 2 17h | morangos | bolacha de arroz com geleia de frutas sem açúcar | tapioca com ovos e orégano | suco de laranja | banana |
Jantar 20h | salada, batata inglesa cozida e peixe branco grelhado | salada, omelete de atum com milho e ervilha | salada, batata doce assada e merluza assado | salada, omelete de queijo branco e tomate | sanduíche de atum com queijo branco e tomate |
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Influência da melatonina e dos hábitos noturnos no refluxo
A fim de melhorar o manejo do refluxo e reduzir o uso de medicamentos como omeprazol, cujo consumo em excesso acarreta em efeitos colaterais importantes, estudos vêm sendo feitos em torno de suplementos naturais para serem incluídos na dieta para refluxo.
Um dos principais suplementos é a melatonina, que possui atividades inibitórias na secreção de ácido gástrico e produção de óxido nítrico, que possui importante papel no relaxamento do esfíncter e contribui para o aparecimento do refluxo.
Um estudo recente comparou os efeitos do uso de omeprazol, o medicamento mais consumido por pacientes com refluxo, e um composto formado por melatonina e outros nutrientes que contribuem para a melhora do quadro, como betaína e l-triptofano.
Todos os pacientes que fizeram uso do composto de melatonina relataram regressão completa dos sintomas após 40 dias de tratamento, constatando que a formulação promove a regressão dos sintomas de refluxo gastroesofágico, sem efeitos colaterais significativos.
Melhora da microbiota intestinal
Dicas de autocuidado e tratamentos para o refluxo gastroesofágico
Uma dieta para refluxo precisa levar em conta aspectos importantes, auxiliando no tratamento e evitando o aparecimento de novos casos. O excesso de gordura e açúcar promove o relaxamento do esfíncter, facilitando sua abertura e o retorno do conteúdo estomacal, portanto deve ser evitado.
Também é importante evitar o consumo de grandes quantidades de alimento (que pressiona o estômago e também relaxa o esfíncter), da mesmo forma que se deve evitar comer próximo ao horário de dormir. O ideal é fazer pequenas refeições de 3 em 3 horas e realizar a última em torno de 2 horas antes de deitar.
Pessoas com intolerância à lactose, sensibilidade ao glúten ou problemas de hipocloridria (produzem pouco HCl, não conseguindo digerir bem o alimento) também podem sofrer com o refluxo gastroesofágico, levando a necessidade de um tratamento específico.
Outras dicas importantes para o manejo da dieta para refluxo, são: mastigar bem o alimento, evitar o uso de telas na hora das refeições, comer devagar e não consumir líquidos durante a refeição.
O excesso de medicamentos, tabagismo, alcoolismo, estresse e ansiedade também são fatores de risco para o desenvolvimento de refluxo gastroesofágico e devem ser conversados com o médico para manejo do autocuidado para refluxo gastroesofágico.
Como aliviar instantaneamente um episódio de refluxo
Além do uso de remédio para refluxo, como omeprazol e pantoprazol, que traz alívio imediato dos sintomas, técnicas naturais podem ser utilizadas nos momentos de crise.
- água com bicarbonato: 50 ml de água com uma colher de chá de bicarbonato de sódio;
- água com limão: 50 ml de água com suco de ½ ou 1 limão espremido.
Ambas as bebidas trazem alívio momentâneo na sensação de queimação, pois agem neutralizando o pH do conteúdo ácido.
Referências
- Pereira Rde S. Regression of gastroesophageal reflux disease symptoms using dietary supplementation with melatonin, vitamins and aminoacids: comparison with omeprazole. J Pineal Res. 2006 Oct;41(3):195-200.
- Martin Z, Spry G, Hoult J, Maimone IR, Tang X, Crichton M, Marshall S. What is the efficacy of dietary, nutraceutical, and probiotic interventions for the management of gastroesophageal reflux disease symptoms? A systematic literature review and meta-analysis. Clin Nutr ESPEN. 2022 Dec;52:340-352.
- Taraszewska A. Risk factors for gastroesophageal reflux disease symptoms related to lifestyle and diet. Rocz Panstw Zakl Hig. 2021;72(1):21-28.
- Sethi S, Richter JE. Diet and gastroesophageal reflux disease: role in pathogenesis and management. Curr Opin Gastroenterol. 2017 Mar;33(2):107-111.
Texto escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Texto revisado por Rafaela Fürst Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.