Atualizado em 14 de Março de 2025
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Dieta para ácido úrico: o que comer, o que evitar e cardápio


O ácido úrico é um composto formado a partir da quebra das purinas (proteínas) no organismo, formando pequenos cristais de urato de sódio que se depositam em vários locais do corpo, especialmente nos rins, pele e articulações, esse último dá origem a doença de gota.
Para evitar o excesso de ácido úrico no sangue, é importante limitar o consumo de proteínas, ter uma boa ingestão de água e bebidas diuréticas, além de incluir boas fontes de vitamina C para facilitar a quebra das purinas da forma correta.
Acompanhe mais sobre a dieta para ácido úrico lendo o artigo abaixo:
Alimentos recomendados para baixar o ácido úrico
O ácido úrico é gerado a partir do metabolismo das purinas, substâncias encontradas tanto nos alimentos quanto no próprio organismo. Sua eliminação ocorre principalmente pelos rins e, em menor grau, pelo intestino.
No entanto, quando os rins não conseguem excretar o ácido úrico de maneira eficaz, ele pode se acumular no sangue (hiperuricemia) e causar complicações.
Nesses casos, é recomendado fazer uma dieta para baixar ácido úrico, a fim de regular os níveis séricos. Os alimentos que devem ser priorizados são:
- frutas ricas em vitamina C: como laranja, limão, abacaxi e kiwi, pois ajudam a reduzir os níveis de ácido úrico no sangue *;
- frutas vermelhas: como morango, mirtilo e cereja, devido às propriedades antioxidantes que auxiliam na inflamação;
- frutas ricas em água: como melão e melancia, que auxiliam na hidratação e no bom funcionamento renal para a devida eliminação de ácido úrico;
- chás para ácido úrico: são aqueles com propriedade diurética, como chá de cavalinha, hibisco e urtiga, e podem ser consumidos a fim de melhorar a eliminação do ácido úrico na urina, entretanto devem ser consumidos com moderação para evitar a desidratação.
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A vitamina C e o zinco são nutrientes essenciais que ajudam no funcionamento do sistema imune e atuam como antioxidantes. A vitamina C protege contra radicais livres e auxilia no metabolismo energético, enquanto o zinco é fundamental para a síntese de proteínas e divisão celular. Juntos, formam uma dupla imbatível para a saúde!
O que evitar na dieta para ácido úrico alto
Visto que o ácido úrico é formado pelas purinas, é importante evitar o consumo de alimentos ricos nessa substância, como carnes vermelhas, frutos do mar e vísceras, até resolver o problema.
Veja abaixo a lista de alimentos com alto teor de purinas:
- Carnes vermelhas;
- Vísceras (coração, rins e fígado);
- Embutidos (presunto, salsicha, linguiça)
- Frutos do mar (mexilhões, sardinha, cavala, arenque);
- Cerveja;
- Leguminosas, como lentilha e feijão;
- Cogumelos;
- Alguns vegetais, como espinafre e couve-flor.
Em uma dieta para ácido úrico, o que evitar é igualmente, ou até mais importante do que o que consumir, pois alimentos com alto teor de purina são extremamente prejudiciais nesse contexto.
Cardápio para diminuir o ácido úrico
Em um cardápio para quem tem ácido úrico elevado, deve-se priorizar uma alimentação equilibrada, rica em vitamina C, frutas com alto teor de água e ter o controle adequado de alimentos ricos em purinas. Confira um exemplo a seguir:
Café da manhã |
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Lanche da manhã |
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Almoço |
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Pré treino |
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Lanche da tarde |
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Jantar |
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Bebidas e suplementos que auxiliam no controle do ácido úrico
A inclusão de bebidas que ajudam a reduzir os níveis de ácido úrico pode ser uma estratégia eficaz para controlar a hiperuricemia. Confira algumas das principais opções:
- chá verde: rico em quercetina, um flavonoide que inibe a ação da xantina oxidoredutase – a enzima responsável pela etapa final da produção de ácido úrico dentro das células. Dessa forma, o chá verde pode auxiliar na redução dos níveis desse ácido no organismo.
- suco de maçã: para quem prefere evitar a cafeína ou não gosta de chá verde, o suco de maçã é uma excelente alternativa de suco para baixar ácido úrico. Ele também está entre os alimentos ricos em quercetina, contribuindo para a diminuição do ácido úrico.
- sucos naturais de limão e laranja: as frutas cítricas, ricas em vitamina C, ajudam a reduzir o ácido úrico circulante, além de oferecerem outros benefícios à saúde, como fortalecer o sistema imune e atuar como antioxidante. * * *
Para quem deseja garantir o consumo adequado de nutrientes que auxiliam no metabolismo do ácido úrico, a suplementação de vitamina C e zinco pode ser uma boa alternativa.
1. Vitamina C
Auxilia na redução da produção de ácido úrico pelo organismo e estimula sua excreção pelos rins. Além disso, suas propriedades antioxidantes ajudam a proteger as articulações, frequentemente afetadas pela hiperuricemia na doença conhecida por gota. *
2. Zinco
Essencial para a reparação celular e o bom funcionamento do sistema imunológico, o zinco também pode ter um papel no controle do ácido úrico.
Um estudo de 2024 indicou que os níveis séricos de ácido úrico estão correlacionados tanto à ingestão de zinco quanto a fatores metabólicos, como a dislipidemia.
Outro estudo mostrou que a combinação entre peso corporal adequado e um consumo adequado de zinco teve um efeito benéfico na redução do ácido úrico em crianças.
Combinando uma alimentação equilibrada com estratégias nutricionais adequadas, é possível controlar melhor os níveis de ácido úrico e prevenir complicações associadas.
Como o teste genético pode ajudar no controle do ácido úrico
O teste genético é uma ferramenta poderosa que analisa o DNA individual para identificar predisposições relacionadas à saúde e à forma como o corpo metaboliza nutrientes, elimina substâncias e responde a processos inflamatórios.
Essa análise detalhada fornece informações sobre mutações genéticas, histórico familiar e características únicas do DNA, ajudando a compreender fatores que podem influenciar condições como o ácido úrico elevado e seus impactos na saúde.
Um exemplo importante é a mutação no gene HPRT1, que compromete o metabolismo das purinas, levando a um excesso de ácido úrico no organismo. Essa alteração está associada à Síndrome de Lesch-Nyhan *, uma doença genética rara, mas outras variações genéticas também podem influenciar a predisposição à hiperuricemia e gota.
Com base nesses dados, o teste genético permite a personalização de estratégias nutricionais e terapêuticas, possibilitando a criação de planos alimentares e suplementação específicos para o controle do ácido úrico elevado, atendendo às necessidades individuais e auxiliando no manejo da condição.
Referências
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- Lee SH, Lee HA, Park EA, Cho SJ, Oh SY, Park B, Park H. Combined effects of dietary zinc at 3 years of age and obesity at 7 years of age on the serum uric acid levels of Korean children. Nutr Res Pract. 2020 Aug;14(4):365-373.
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- PERES, Patrícia Mendes; KOURY, Josely Correa. Zinco, imunidade, nutrição e exercício. CERES: Nutrição & Saúde (Título não-corrente), v. 1, n. 1, p. 9-18, 2006.
- DE ALMEIDA, Júlia Gomes. Zinco e Selênio: relação entre a função efetora de macrófagos e imunosenescência. medicine, v. 115, n. 4, p. 278-83, 2003.
- Rocha, C. A. M. da, & Burbano, R. (2015). Gene HPRT1: metabolismo de purinas e síndrome de Lesch-Nyhan. Genética Na Escola, 10(2), 178–185.
Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.