Atualizado em 14 de Março de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Dieta da proteína: benefícios, o que comer e cardápio

como fazer dieta da proteína

A dieta da proteína tem ganhado cada vez mais destaque entre quem busca perder peso, aumentar a massa muscular ou melhorar o desempenho físico. Isso porque, além de ser eficaz no controle do apetite e na aceleração do metabolismo, ela potencializa o ganho de músculos e a melhora da composição corporal.

Contudo, para que os resultados sejam sustentáveis, é importante saber balancear as refeições, escolhendo os alimentos que complementem a dieta de forma saudável.

Se você está curioso para saber como seguir uma dieta rica em proteína de maneira eficaz, este artigo traz não apenas os benefícios dessa abordagem nutricional, mas também uma sugestão de cardápio completo para uma semana. 

Continue lendo para entender como tirar o máximo proveito dessa dieta e garantir resultados interessantes!

Benefícios da dieta da proteína

A dieta da proteína é reconhecida por promover diversos benefícios que impactam tanto a saúde quanto a estética corporal. 

Ao incluir uma maior quantidade de proteínas na alimentação, o organismo experimenta efeitos positivos em várias áreas, como maior sensação de saciedade, aumento do metabolismo, controle de peso e ganho de massa muscular. Saiba mais:

Sensação de saciedade

Uma das maiores vantagens dessa dieta é sua capacidade de reduzir o apetite. As proteínas influenciam diretamente os níveis de grelina, o hormônio da fome, e outros reguladores do apetite, proporcionando uma sensação duradoura de saciedade

Isso facilita o controle da ingestão de alimentos e ajuda a evitar excessos. Ao sentir-se mais satisfeito, o risco de consumir calorias extras diminui, contribuindo para um equilíbrio energético adequado.

Aumento do metabolismo

As proteínas também desempenham um papel fundamental no aumento do metabolismo, contribuindo para a queima de mais calorias. Isso ocorre porque o processo de digestão das proteínas é mais complexo, exigindo mais energia do corpo. 

Além disso, quando há uma restrição de carboidratos, o organismo passa a buscar outras fontes de energia, como as gorduras estocadas, para suprir suas necessidades, o que favorece o emagrecimento.

Controle de peso

Ao aumentar a saciedade e acelerar o metabolismo, a dieta da proteína é utilizada para emagrecer. Contudo, é fundamental lembrar que não é a proteína por si só que causa a perda de peso, mas sim a combinação de um déficit calórico com o equilíbrio adequado entre os macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras). 

Os carboidratos e as gorduras têm funções igualmente importantes no organismo, como fornecer energia e auxiliar em processos vitais, como a função hormonal e a absorção de vitaminas.

Ganho de massa muscular e melhora da composição corporal

Outro benefício da dieta à base de proteínas é o ganho de massa muscular. As proteínas desempenham um papel fundamental na construção e reparação dos músculos, favorecendo uma melhora significativa na definição corporal. Por isso, essa dieta pode ajudar a reduzir a circunferência abdominal e da cintura, por exemplo.

É importante ressaltar que nem toda proteína consumida será diretamente convertida em músculos. O corpo possui uma capacidade limitada de absorver proteínas - e o que não é utilizado para esse fim ou outras funções essenciais será redirecionado para a produção de energia ou outras funções metabólicas vitais, especialmente na ausência de outros nutrientes. 

Quando há um desequilíbrio nutricional, o excesso de proteína também pode ser armazenado como gordura.

Alimentos permitidos

Existem diversas opções de alimentos que se encaixam bem na dieta a base de proteína, cada uma com seus benefícios únicos:

Carnes e ovos

As carnes magras são fontes excelentes de proteína, incluindo frango, cortes magros de carne vermelha (patinho, coxão mole e coxão duro, por exemplo) e peru. Esses alimentos ajudam a reparar e construir músculos, além de fornecer nutrientes essenciais, como ferro e vitaminas do complexo B.

Os ovos também são uma das melhores fontes de proteína, sendo ricos em aminoácidos essenciais que auxiliam no crescimento muscular e recuperação. Um ovo grande, por exemplo, oferece cerca de 6 gramas de proteína.

Peixes e frutos do mar

O peixe é uma excelente fonte de proteína de alta qualidade, além de ser rico em ácidos graxos essenciais, como o ômega 3, que auxilia na saúde cardiovascular. Variedades, como salmão, atum e sardinha, podem ser facilmente incorporadas à dieta. 

O atum, por exemplo, é uma opção prática e rica em proteína, fornecendo, em média, 12 gramas de proteína por porção de 60 gramas.

Legumes e folhas

Embora sejam mais conhecidos por seu alto teor de fibras e vitaminas, os vegetais são essenciais para complementar a dieta da proteína. Opções, como brócolis, espinafre, couve-flor, cenoura e abobrinha, são pobres em carboidratos e, ao mesmo tempo, adicionam uma variedade de nutrientes importantes à alimentação. 

As folhas verdes, como espinafre e alface, também são de baixas calorias e ricas em minerais essenciais, como ferro e cálcio.

Produtos vegetais e leguminosas

Tofu e edamame, ambos derivados da soja, são fontes de proteína vegetal, ideail para quem segue uma dieta vegana ou vegetariana. O edamame, por exemplo, oferece 26 gramas de proteína por xícara e é uma excelente opção de lanche. 

Lentilhas, feijões e grão-de-bico também são opções ricas em proteínas e fibras, sendo ideais para quem busca uma dieta balanceada e nutritiva. Uma xícara de lentilhas cozidas, por exemplo, pode fornecer até 18 gramas de proteína.

Sementes e oleaginosas

As sementes e frutos secos são ricos em proteínas, fibras,gorduras saudáveis e magnésio. Amêndoas, castanhas, chia, linhaça e sementes de abóbora são ótimas fontes para complementar a dieta proteica. Uma porção de amêndoas, por exemplo, oferece 6 gramas de proteína e ainda é rica em ferro e cálcio. 

Esses alimentos podem ser consumidos como lanches ou adicionados a saladas e smoothies.

Bebidas e outros alimentos

Além das fontes sólidas de proteína, algumas bebidas vegetais, como leite de amêndoas e outros derivados de plantas, podem ser ótimas alternativas ao leite comum. Queijo cottage e iogurte grego também se destacam como opções de lanche ricos em proteínas, com baixo teor de gordura, sendo ideais para incluir na dieta da proteína.

Suplementos proteicos

Os suplementos de proteínas vegetais são uma excelente opção para quem segue dietas vegetarianas e veganas ou não quer exagerar no consumo de fontes animais, oferecendo alternativas, como proteína de ervilha, arroz, cânhamo e soja. Além disso, esses suplementos são ricos em fibras, antioxidantes e minerais.

O whey protein (proteína do soro do leite) também é uma fonte de suplemento proteico em pó. Ele contém todos os aminoácidos essenciais, especialmente os BCAAs, que são importantes para o crescimento e recuperação muscular

O whey protein é rapidamente absorvido pelo corpo, tornando-se ideal para o consumo pós-treino, e também oferece benefícios imunológicos devido às suas propriedades antioxidantes.

Uma excelente opção para complementar o consumo dessas proteínas em pó é a creatina. Embora não seja uma proteína, estudos já identificaram que ela ajuda a estimular a síntese proteica e proporciona o ambiente celular ideal para o crescimento muscular. 

Nesse cenário, outro estudo demonstrou que a suplementação de creatina permite que atletas elevem o desempenho nos treinos.

Alimentos que devem ser evitados

Além de escolher corretamente os alimentos permitidos, é fundamental compreender o que não comer na dieta da proteína para não comprometer os seus objetivos. Certos alimentos podem prejudicar o processo de queima de gordura, especialmente quando a proteína é consumida com esse propósito. Continue lendo para saber mais:

Carboidratos e amidos

A ingestão de carboidratos e amidos deve ser limitada. Alimentos, como pães, massas, arroz, batatas e outros tubérculos (como batata-doce e mandioca), são ricos em carboidratos que podem ser rapidamente convertidos em açúcar no sangue, dificultando a utilização da gordura como fonte de energia.

Esses alimentos podem gerar picos de insulina, que estimulam o armazenamento de gordura, contrariando os efeitos da dieta.

Além disso, embora os carboidratos complexos sejam frequentemente vistos como uma opção mais saudável, eles ainda devem ser consumidos com moderação em uma dieta focada na queima de gordura. 

Esses alimentos, embora liberem energia mais lentamente, ainda podem interferir no processo metabólico ao fornecerem glicose, o que pode impactar os resultados desejados.

Alimentos açucarados

Alimentos ricos em açúcar, como doces, bolos, refrigerantes e sucos industrializados, devem ser evitados. Esses produtos são ricos em calorias vazias e não oferecem benefícios nutricionais, além de provocarem um aumento rápido nos níveis de glicose no sangue, resultando em mais picos de insulina e, consequentemente, no armazenamento de gordura. 

O consumo excessivo de açúcar também pode prejudicar a absorção e utilização eficiente de proteínas, dificultando o sucesso da dieta.

Bebidas alcoólicas

O álcool, especialmente em grandes quantidades, pode prejudicar o progresso na dieta da proteína. Bebidas, como cerveja, vinho e whisky, contêm calorias vazias e podem alterar o metabolismo, fazendo com que o corpo priorize o processamento do álcool em vez de usar as fontes de energia mais saudáveis, como a gordura e a proteína. Isso pode atrapalhar tanto a perda de peso quanto o ganho de massa muscular.

Alimentos ultraprocessados

Os alimentos ultraprocessados, como fast food, refeições prontas e produtos industrializados, são ricos em conservantes, gorduras saturadas e aditivos artificiais. Esses alimentos podem interferir no processo de emagrecimento e no ganho de massa muscular, além de prejudicar a saúde a longo prazo. 

Por isso, é importante optar por alimentos frescos e naturais durante a dieta da proteína.

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Para quem essa dieta não é indicada? Quais os riscos?

Muitas pessoas se perguntam: "o que acontece se eu me alimentar exclusivamente de proteína?" Como qualquer regime alimentar, ela não é indicada para todas as pessoas. É importante considerar as condições de saúde e o histórico individual antes de adotar uma dieta com esse perfil:

Pessoas com problemas renais

Pessoas que têm histórico ou diagnóstico de problemas renais devem evitar seguir uma dieta rica em proteína. O excesso de proteína sobrecarrega os rins, uma vez que estes órgãos são responsáveis por filtrar os resíduos do metabolismo proteico. 

Esse sobrecarregamento pode agravar os danos renais e afetar a função renal de forma irreversível.

Crianças, mulheres grávidas e lactantes

Crianças, mulheres grávidas e em período de lactância precisam de uma alimentação equilibrada e específica para garantir o crescimento saudável e o desenvolvimento adequado. A dieta rica em proteína pode não ser ideal durante essas fases, pois pode afetar o equilíbrio nutricional necessário para essas condições.

Pessoas com transtornos alimentares

Indivíduos com transtornos alimentares, como anorexia ou bulimia, devem evitar dietas com restrições ou com foco em um único macronutriente. Uma dieta rica em proteína pode promover comportamentos alimentares desordenados, exacerbando os sintomas dos transtornos. 

Nesse caso, é fundamental procurar a orientação de profissionais de saúde especializados.

Pessoas pensando em longo prazo

Embora a dieta rica em proteína possa ser benéfica para muitas pessoas no curto prazo, deve-se ter cautela ao adotá-la por períodos prolongados. Dietas hiperproteicas podem afetar o metabolismo de várias maneiras. 

Por exemplo, podem alterar o equilíbrio hidroeletrolítico, impactar o metabolismo, afetar a saúde óssea e sobrecarregar os rins. Ainda, ela pode influenciar negativamente a função endócrina, o que pode prejudicar a produção hormonal e o funcionamento geral do organismo.

 

Em resumo, a dieta rica em proteína é mais indicada para pessoas saudáveis, que buscam melhorar a composição corporal, controlar o peso ou aumentar a massa muscular. 

No entanto, é sempre essencial realizar uma avaliação prévia com um profissional de saúde, especialmente para aqueles com condições médicas preexistentes ou necessidades especiais.

Cardápio para dieta da proteína

Agora que você já conhece os benefícios e as orientações gerais sobre a dieta à base de proteína, é hora de colocar o conhecimento em prática. Um dos pilares para o sucesso dessa dieta é a variedade nas refeições, garantindo que você tenha uma alimentação equilibrada e saborosa.

Abaixo, apresentamos uma sugestão de cardápio para uma semana inteira, com refeições ricas em proteínas e combinadas com outros nutrientes essenciais para o seu corpo. Esse cardápio pode ser ajustado conforme suas preferências e objetivos, tornando a dieta ainda mais fácil de seguir e eficaz:

CSS Selectors
Refeição Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo
Café da manhã
  • Ovos mexidos com espinafre e tomate.
  • Ovos cozidos e abacate.
  • Omelete de claras com cogumelos e espinafre.
  • Ovos cozidos com tomate e abacate.
  • Ovos mexidos com abacate.
  • Omelete de espinafre e cogumelos.
  • Ovos cozidos com abacate.
Almoço
  • Peito de frango grelhado;
  • salada de alface e pepino.
  • Carne magra grelhada com couve-flor.
  • Carne de cordeiro;
  • abobrinha grelhada.
  • Peito de peru;
  • salada de alface, pepino e cenoura.
  • Peixe assado com brócolis e cenoura.
  • Peito de frango grelhado;
  • couve-de-bruxelas.
  • Carne magra grelhada com cenoura e abobrinha.
Lanche da tarde
  • Iogurte grego sem açúcar.
  • Amêndoas.
  • Queijo cottage com morangos.
  • Castanhas.
  • Sementes de chia com leite de amêndoas.
  • Sementes de abóbora.
  • Amendoim.
Jantar
  • Salmão grelhado com brócolis.
  • Filé de tilápia grelhado;
  • salada de rúcula e tomate.
  • Filé de frango grelhado com aspargos.
  • Salmão ao forno com couve-de-bruxelas.
  • Frango grelhado com aspargos.
  • Filé de salmão;
  • salada de alface e pepino.
  • Salmão grelhado com espinafre.
Ceia
  • Queijo cottage.
  • Iogurte grego sem açúcar.
  • Queijo cottage com pepino.
  • Castanhas de caju.
  • Sementes de chia com leite de amêndoas.
  • Amêndoas.
  • Queijo cottage.

Dicas para fazer a dieta da proteína de forma saudável

Seguir uma dieta à base de proteína pode trazer muitos benefícios à saúde, mas é essencial seguir algumas orientações para garantir que a dieta seja feita de forma saudável e equilibrada. Aqui estão algumas dicas importantes:

1. Varie as fontes de proteína

Embora a proteína seja o foco da dieta, é fundamental variar as fontes para garantir uma ingestão ampla de nutrientes. Combine proteínas animais, como carnes magras, ovos e peixes, com opções vegetais, como leguminosas (lentilhas, grão-de-bico), tofu e edamame. Isso proporciona não só proteína, mas também fibras, vitaminas e minerais essenciais.

2. Inclua gorduras saudáveis

Embora a dieta à base de proteína tenha como foco principal as proteínas, não se esqueça de incluir fontes saudáveis de alimentos com gordura boa, como abacate, azeite de oliva, nozes e sementes. 

Essas gorduras ajudam na absorção de vitaminas lipossolúveis e mantêm o corpo funcionando adequadamente, além de contribuírem para a saúde cardiovascular.

3. Consuma vegetais e fibras

Proteínas e vegetais devem andar juntos em uma dieta equilibrada. Os vegetais são ricos em fibras, vitaminas e antioxidantes, que são essenciais para a saúde geral do corpo. 

As fibras ajudam a regular o intestino e promovem uma digestão saudável. Inclua uma variedade de legumes e verduras nas suas refeições para garantir uma alimentação completa.

4. Evite excesso de carne vermelha

Embora a carne vermelha seja uma excelente fonte de proteína, ela deve ser consumida com moderação. O consumo excessivo de carnes vermelhas pode estar associado a problemas de saúde, como doenças cardíacas e aumento do colesterol. Prefira cortes magros e varie com carnes brancas, peixes e fontes vegetais de proteína.

5. Mantenha-se hidratado

A hidratação é fundamental, especialmente em dietas ricas em proteína. O aumento do consumo de proteínas pode sobrecarregar os rins - e a água ajuda a filtrar os resíduos resultantes do metabolismo das proteínas. Beba bastante água durante o dia para garantir o bom funcionamento dos rins e manter o corpo hidratado.

6. Monitore a qualidade das proteínas

A qualidade das proteínas é tão importante quanto a quantidade. Proteínas de alta qualidade, como as encontradas em ovos, peixes e carnes magras, contêm todos os aminoácidos essenciais que o corpo necessita. Já as proteínas vegetais podem ser combinadas entre si (como arroz e feijão) para garantir uma proteína completa.

7. Controle as porções

Embora a proteína seja importante, é essencial manter um equilíbrio. Comer em excesso pode resultar em ganho de peso, especialmente se a ingestão calórica total for alta. Controle as porções de proteína e combine-as com vegetais e gorduras saudáveis para criar refeições balanceadas.

8. Consulte um nutricionista

Cada pessoa tem necessidades nutricionais específicas, e um nutricionista pode ajudá-lo a planejar uma dieta à base de proteína personalizada. Um profissional pode ajustar as quantidades de proteína e sugerir alternativas conforme seus objetivos, seja para emagrecimento, ganho de massa muscular ou manutenção de uma dieta saudável.

Seguir essas dicas pode ajudá-lo a adotar uma dieta à base de proteína de forma saudável, proporcionando benefícios duradouros para sua saúde e bem-estar.

Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.