Diarreia na gravidez é normal? Prejudica o bebê? Entenda mais
A diarreia na gravidez é um sintoma que pode causar preocupação, mas é importante entender que, em muitos casos, ela pode ser controlada com cuidados adequados.
Durante esse período delicado, o corpo da mulher passa por inúmeras mudanças hormonais e físicas que podem impactar o sistema digestivo, levando à diarreia e outros desconfortos.
Embora seja uma condição relativamente comum, é essencial saber quando a diarreia e a gravidez estão relacionadas a questões mais sérias que necessitam de atenção médica, especialmente quando a desidratação entra em cena.
A desidratação durante a gestação pode ser perigosa, pois além da perda de líquidos, também há o risco de desequilíbrio nos níveis de eletrólitos, essenciais para o bom funcionamento do organismo.
Neste artigo, exploraremos os fatores que contribuem para o aparecimento da diarreia na gestação, os riscos da desidratação e a importância da reposição de eletrólitos e do tratamento adequado, garantindo a saúde da mãe e do bebê. Continue lendo para entender melhor esse quadro e como lidar com ele de maneira segura.
Causas da diarreia na gravidez
Se você está se perguntando o que pode causar diarreia em gestantes, entenda que essa condição pode ser provocada por uma variedade de fatores.
Algumas dessas causas estão diretamente relacionadas às mudanças no corpo durante a gestação, enquanto outras podem ocorrer durante esse período, mas não são estão, necessariamente, diretamente relacionadas:
Causas diretamente relacionadas à gravidez
1. Alterações hormonais
Durante a gestação, o corpo experimenta um aumento significativo de hormônios, como a progesterona e a motilina. A progesterona relaxa os músculos do intestino, o que pode desacelerar a digestão e, em alguns casos, levar à constipação.
No entanto, o aumento da motilina pode acelerar o trânsito intestinal, causando diarreia. Esse desequilíbrio hormonal pode ser uma das causas da diarreia no início da gravidez.
2. Mudanças na microbiota intestinal
A gravidez pode alterar a microbiota intestinal, com um aumento de bactérias que podem provocar diarreia. Além disso, a diminuição de bactérias benéficas no intestino também contribui para desequilíbrios que afetam a digestão e podem causar distúrbios gastrointestinais.
3. Sensibilidade alimentar
Durante a gravidez, algumas mulheres desenvolvem novas intolerâncias alimentares ou maior sensibilidade a certos alimentos, como lactose e glúten. Isso pode levar a episódios de diarreia, especialmente após o consumo dessas opções.
4. Uso de suplementos de ferro
O uso de suplementos de ferro é comum durante a gravidez para prevenir a anemia, mas eles podem causar efeitos colaterais no sistema digestivo, incluindo diarreia e outros desconfortos abdominais.
5. Aumento do apetite e alterações na dieta
Durante a gravidez, o aumento do apetite pode levar a uma ingestão maior de alimentos. Embora o consumo de alimentos saudáveis, como frutas, vegetais e grãos, seja essencial para fornecer os nutrientes necessários, essa mudança pode afetar o sistema digestivo, especialmente quando o corpo ainda está se ajustando a essas alterações.
O aumento no consumo de fibras, importantes para a saúde intestinal e para combater a constipação, pode causar excesso de gases, cólicas e até diarreia, caso o organismo não esteja acostumado a essa quantidade. Esse problema pode ser agravado quando há desequilíbrio entre as fibras solúveis e insolúveis na dieta.
Além disso, a gestação pode desencadear outras mudanças nos hábitos alimentares, como uma maior ingestão de alimentos processados, ricos em açúcares e gorduras saturadas, que também podem desregular a microbiota intestinal, como mencionado anteriormente.
Esse desequilíbrio na microbiota, além de ser um fator natural da gravidez, pode ser agravado por hábitos alimentares inadequados, levando a episódios de diarreia.
Causas não diretamente relacionadas à gravidez, mas suscetíveis no período
6. Infecções gastrointestinais
Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher pode se tornar mais vulnerável, o que aumenta o risco de contrair infecções gastrointestinais, como as causadas por vírus, bactérias ou parasitas.
Essas infecções são frequentemente responsáveis pela diarreia e vômito na gravidez. Infecções virais, como as causadas pelo rotavírus, ou infecções bacterianas, como a salmonelose, podem levar a sintomas intensos.
7. Medicamentos e efeitos colaterais
Alguns medicamentos, como antibióticos, podem alterar a flora intestinal e causar diarreia como efeito colateral. Embora não sejam exclusivos da gravidez, o uso de certos medicamentos é comum durante esse período e pode contribuir para problemas digestivos.
8. Estresse e ansiedade
O estresse e a ansiedade, comuns durante a gravidez devido às mudanças físicas e emocionais, pode afetar o sistema digestivo, causando diarreia.
Saiba mais sobre
EXTRATO DE LARANJA MORO
A laranja Moro não é uma laranja comum como as que costumamos encontrar por aí. Cultivada na Itália, especificamente da Região da Sicília, possui alto teor de antocianinas, que conferem à fruta um vermelho marcante e intenso. Diversos estudos científicos já encontraram evidências sobre os efeitos positivos do seu extrato para a saúde, principalmente em relação ao emagrecimento.
Riscos da diarreia na gravidez
A diarreia durante a gravidez não é algo esperado, mas é um sintoma relativamente comum devido às várias mudanças que o corpo da mulher sofre ao longo da gestação, especialmente nos primeiros meses.
Embora, em geral, não seja considerada normal, a diarreia pode surgir como resultado de alterações hormonais, mudanças na dieta ou infecções e, quando ocorre, é importante buscar intervenção médica rápida para evitar complicações para a mãe e o bebê.
O principal risco associado à diarreia na gestação é a desidratação, que acontece quando a mulher perde líquidos e nutrientes essenciais. Isso pode causar sintomas, como tontura, fraqueza, pressão arterial baixa e, em casos mais graves, até desmaios.
A desidratação severa pode resultar em complicações mais sérias, como insuficiência renal ou até choque.
Além disso, a desidratação materna pode afetar diretamente o fluxo sanguíneo para a placenta, comprometendo o fornecimento de oxigênio e nutrientes vitais para o feto.
Esse desequilíbrio pode aumentar o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e outras complicações neonatais. Infecções bacterianas ou virais, como rotavírus ou salmonelose, também podem agravar o quadro de diarreia e prejudicar o desenvolvimento saudável do bebê.
Embora não seja um sintoma clássico, em alguns casos, a diarreia pode ser um sinal de alerta para complicações mais graves, incluindo o risco de parto prematuro. Por isso, se a gestante perceber qualquer alteração no quadro digestivo, é essencial que consulte um médico para uma avaliação detalhada e tratamento apropriado.
Aproveite e veja também
Diarreia na gravidez: o que fazer
A diarreia durante a gravidez exige cuidados especiais, pois pode apresentar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. O tratamento adequado depende da causa da diarreia e deve ser orientado por um profissional de saúde.
No entanto, algumas medidas podem ajudar a aliviar os sintomas e prevenir complicações:
1. Hidratação adequada
Manter-se bem hidratada é fundamental, especialmente para evitar a desidratação. A perda excessiva de líquidos pode resultar em tonturas, fraqueza e, até, desmaios. Beber água em abundância e, se necessário, consumir soluções de reidratação oral ou bebidas com eletrólitos pode ser crucial para repor os líquidos e os minerais perdidos.
2. Reposição da flora intestinal
A diarreia pode desequilibrar a flora intestinal - e o uso de probióticos ou outros suplementos pode ajudar a restaurar as bactérias benéficas no intestino. Esses suplementos devem ser usados sob orientação médica, pois nem todos são indicados para grávidas.
3. Alimentação saudável e equilibrada
Uma dieta equilibrada, rica em alimentos de fácil digestão, como arroz, bananas, maçãs, torradas e caldos, pode aliviar os sintomas da diarreia. Evitar alimentos gordurosos, picantes, cafeína e laticínios é essencial, pois esses itens podem piorar o quadro. A ingestão de alimentos crus ou de má procedência deve ser evitada durante a gravidez.
4. Medicação sob orientação médica
Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos antidiarreicos seguros para controlar os sintomas. No entanto, isso deve ser feito com muito cuidado, pois nem todos os medicamentos são adequados para grávidas. A automedicação deve ser evitada.
5. Monitoramento da desidratação
É importante observar sinais de desidratação, como sede excessiva, boca ou pele seca, urina escura, pouca ou nenhuma urina, fadiga e tontura. Caso esses sintomas apareçam, a orientação médica imediata é essencial para evitar complicações graves.
6. Consultar o médico imediatamente
É sempre recomendável consultar o médico em todos os casos de diarreia durante a gravidez, mas é especialmente importante buscar atendimento médico imediato se a diarreia persistir por mais de dois dias, se houver dor intensa no abdômen, presença de sangue nas fezes ou febre superior a 38,5 graus.
O profissional de saúde realizará uma avaliação cuidadosa para garantir que não haja complicações mais sérias, como infecções ou riscos para a saúde da mãe e do bebê, e orientará sobre o melhor tratamento a seguir.
Referências
- Microarray profiling of gene expression in human adipocytes in response to anthocyanins
- Citrus Flavonoids as Promising Phytochemicals Targeting Diabetes and Related Complications: A Systematic Review of In Vitro and In Vivo Studies
- Effect of Red Orange Juice Consumption on Body Composition and Nutritional Status in Overweight/Obese Female: A Pilot Study
- Red-fleshed sweet orange juice improves the risk factors for metabolic syndrome
- Cyanidin-3-O-Glucoside Modulates the In Vitro Inflammatory Crosstalk between Intestinal Epithelial and Endothelial Cells
- The Effects and Mechanisms of Cyanidin-3-Glucoside and Its Phenolic Metabolites in Maintaining Intestinal Integrity
- Safety, Efficacy, and Mechanistic Studies Regarding Citrus aurantium (Bitter Orange) Extract and p‐Synephrine
- A review of the lipolytic effects and the reduction of abdominal fat from bioactive compounds and moro orange extracts
- Risks associated with fat burners: A toxicological perspective
- Clinical evaluation of Moro (Citrus sinensis (L.) Osbeck) orange juice supplementation for the weight management
- A Study on Supplement Containing Moro (Citrus Sinensis (L.) Osbeck) Orange Extract of a Randomized Placebo-controlled Trial Part 2: Analysis of Efficacy on BMI Reduction
- Dietary Anthocyanins and Insulin Resistance: When Food Becomes a Medicine
- Blood orange juice consumption increases flow-mediated dilation in adults with overweight and obesity: A randomized controlled trial
- Efeitos anti-adipogênicos e antioxidantes de um extrato padronizado de laranjas sangue Moro ( Citrus sinensis (L.) Osbeck) durante a diferenciação de adipócitos de pré-adipócitos 3T3-L1
- Cyanidin-3- O-Glucoside and Cyanidin Protect Against Intestinal Barrier Damage and 2,4,6-Trinitrobenzenesulfonic Acid-Induced Colitis
- Microarray profiling of gene expression in human adipocytes in response to anthocyanins
- Dietary Anthocyanins and Insulin Resistance: When Food Becomes a Medicine
Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.