Atualizado em Dezembro de 2024
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista
Confira 6 dicas de como reduzir a ansiedade
Muitas pessoas já se depararam com a expressão "a ansiedade é o mal do século" e experimentaram, em algum momento, o peso dessa realidade. Não é de se surpreender que inúmeros debates estejam ocorrendo para compreender as causas por trás do aumento expressivo nos diagnósticos de transtorno de ansiedade generalizada.
Saiba como reduzir a ansiedade no dia a dia e manter a saúde mental em meio à rotina.
6 Dicas de como reduzir a ansiedade
Veja abaixo 6 dicas para reduzir a ansiedade no dia a dia:
1. Procurar auxílio profissional
Buscar ajuda de um profissional da saúde é essencial para lidar com a ansiedade, especialmente se ela estiver interferindo no desempenho diário, como no trabalho ou em interações sociais. Psicólogos e psiquiatras são preparados para identificar os gatilhos da ansiedade e, com base nisso, ajudar a criar estratégias de enfrentamento.
O apoio pode envolver terapia cognitivo-comportamental (TCC), técnicas de mindfulness ou até mesmo, em alguns casos, medicação. O profissional também pode ensinar atividades para reduzir a ansiedade em momentos de crise, além de trabalhar na identificação de padrões de pensamento e comportamento que contribuem para o quadro.
2. Praticar técnicas de relaxamento
Técnicas de relaxamento são ótimas para diminuir os níveis de ansiedade e prevenir crises. A meditação e o yoga, por exemplo, ajudam a manter o corpo e a mente mais equilibrados e podem ser inseridos facilmente no dia a dia.
Em momentos de ansiedade aguda, práticas de respiração profunda podem trazer alívio imediato. Uma técnica simples é inspirar profundamente pelo nariz e expirar lentamente pela boca, concentrando-se inteiramente na sensação da respiração. Isso ajuda a desacelerar a frequência cardíaca e induz uma sensação de calma.
3. Incluir atividades físicas na rotina
A inserção de exercícios físicos na rotina é uma das maneiras mais eficazes de evitar a ansiedade, entretanto, em momentos de crise, o ideal é evitar exercícios que aceleram ainda mais os batimentos cardíacos e procurar fazer as técnicas de relaxamento descritas anteriormente.
Durante os exercícios, o corpo libera endorfinas, que são hormônios responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Além disso, estudos comprovam que atividades como musculação podem reduzir a ansiedade ao melhorar o sono, reduzir os níveis de estresse e proporcionar um sentimento de controle sobre o corpo * * *.
4. Ter uma rotina bem definida
A falta de organização na vida cotidiana pode aumentar o estresse e a sensação de estar constantemente atrasado ou sobrecarregado, desencadeando ansiedade. Por isso, ter uma rotina bem planejada é uma das maneiras mais eficazes de gerenciar o tempo e evitar o acúmulo de pendências.
Além disso, uma rotina bem definida ajuda a estabelecer momentos de descanso, o que é crucial para a saúde mental e para evitar o cansaço excessivo, que pode agravar a ansiedade.
5. Organizar o ambiente
Um ambiente desorganizado também pode aumentar a sensação de caos e estresse, exacerbando a ansiedade. Manter a casa, o local de trabalho ou o espaço de estudo arrumado pode proporcionar uma sensação de controle e tranquilidade.
A organização física reflete diretamente na organização mental, ajudando a reduzir distrações e melhorar o foco.
6. Adotar uma dieta balanceada
A alimentação desempenha um papel crucial na saúde mental, e uma dieta balanceada pode ajudar a controlar os sintomas de ansiedade. O consumo de alimentos ricos em nutrientes, como vitaminas do complexo B, magnésio e ômega-3, está associado à melhoria do humor e da função cerebral.
Por outro lado, alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras trans, podem aumentar os níveis de estresse e ansiedade.
7. Consumo de chá para reduzir a ansiedade
Alguns chás contêm fitoquímicos com propriedades calmantes, sendo uma ótima opção para promover o relaxamento e ajudar a reduzir a ansiedade. Entre os exemplos mais conhecidos estão a camomila, o maracujá, a erva-doce, a valeriana, o capim-cidreira e o mulungu, que são amplamente utilizados por suas ações tranquilizantes.
Para obter o máximo de seus benefícios, é recomendado preparar esses chás com a erva in natura, por infusão, despejando água fervente sobre as folhas ou flores. Além disso, é possível adicionar frutas, como maçã ou abacaxi, e adoçar com mel ou adoçante, conforme a preferência.
Outra opção interessante é combinar diferentes tipos de ervas, desde que evite aquelas que contenham cafeína, como o chá verde e o mate.
Alimentos que ajudam a controlar a ansiedade
Uma das formas mais eficazes de reduzir as crises de ansiedade é manter uma rotina alimentar saudável. Uma dieta rica em nutrientes essenciais é fundamental para o bem-estar emocional, fornecendo ao corpo o que é necessário para seu funcionamento ideal.
Em alguns casos, o uso de suplementação também pode ser útil, principalmente quando há deficiências nutricionais.
Um desses nutrientes é o magnésio, cuja relação com a ansiedade se destaca devido ao seu papel significativo no metabolismo energético e de processos importantes que regulam a atividade cerebral, como a liberação de neurotransmissores, essenciais para o funcionamento do Sistema Nervoso Central.
A deficiência de magnésio pode prejudicar a transmissão nervosa, levando a danos neurais que aumentam o risco de depressão e ansiedade. Além disso, o magnésio é indispensável para a ligação de receptores de neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e dopamina, que são vitais para a saúde mental. * * *
Muitos medicamentos antidepressivos têm como efeito o aumento dos níveis de magnésio no cérebro, o que reforça a ideia de que a suplementação desse mineral pode ser benéfica no tratamento da ansiedade e na promoção da saúde mental de forma geral.
Além do magnésio, um estudo recente cita outro nutriente importante que pode reduzir os sintomas de ansiedade: o ômega 3.
Os pesquisadores apontam que a manutenção de bons níveis desse nutriente está associada à diminuição da incidência de casos de ansiedade e ao aumento da produção de componentes anti inflamatórios, que minimizam os danos causados por exposição a situações estressantes.
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Mudanças no estilo de vida
O que fazer para reduzir a ansiedade ou evitar que apareça no dia a dia:
- Identifique os gatilhos: a ansiedade pode ser provocada por diferentes fatores. Identificar o que desencadeia essas sensações é fundamental para trabalhar em estratégias de enfrentamento, especialmente com o apoio de um psicoterapeuta;
- Compartilhe o que sente: conversar sobre suas preocupações pode ser uma maneira eficaz de aliviar os sintomas da ansiedade. Desabafar com alguém de confiança pode ajudar a reduzir a tensão.
- Pratique exercícios de respiração: focar na respiração é uma técnica simples e acessível para acalmar a mente e reduzir a ansiedade. Inspirar profundamente e expirar lentamente ajuda a trazer uma sensação imediata de alívio e controle.
A mudança de hábitos é fundamental para o controle da ansiedade. Saber identificar quando ela está prestes a aparecer e entender quais as práticas diárias que a estimulam, é fundamental para entender quais atitudes precisam ser tomadas para criar um ambiente menos propício à ansiedade possível.
Quando procurar ajuda profissional?
A ansiedade, quando bem gerenciada, é não apenas natural, mas também vantajosa, pois serve como um estímulo para a ação e impulsiona mudanças importantes na vida. No entanto, ela se torna prejudicial quando, em vez de motivar, começa a gerar paralisia e impedir o movimento.
Nesses casos, é fundamental buscar o apoio de um psicoterapeuta e/ou psiquiatra para obter um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. A intervenção profissional pode ajudar a restaurar o equilíbrio emocional e oferecer estratégias para lidar com a ansiedade de maneira saudável.
Referências
- DE ANDRADE, Eduarda Aparecida Franco et al. L-Triptofano, ômega 3, magnésio e vitaminas do complexo B na diminuição dos sintomas de ansiedade. ID on line. Revista de psicologia, v. 12, n. 40, p. 1129-1138, 2018.
- LEITE, Ana Rita Ribau Esteves Neves. Nutrição e Saúde Mental: papel da dieta na perturbação depressiva. 2018.
- Kirkland AE, Sarlo GL, Holton KF. The Role of Magnesium in Neurological Disorders. Nutrients. 2018 Jun 6;10(6):730. doi: 10.3390/nu10060730. PMID: 29882776; PMCID: PMC6024559.
- Boyle NB, Lawton C, Dye L. The Effects of Magnesium Supplementation on Subjective Anxiety and Stress-A Systematic Review. Nutrients. 2017 Apr 26;9(5):429. doi: 10.3390/nu9050429. PMID: 28445426; PMCID: PMC5452159.
Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Criado em 11 de Dezembro de 2024